quinta-feira, 30 de junho de 2011

Uma ameaça cada vez mais real


Essa tá no Tazio:

"A Hispania confirmou que Daniel Ricciardo será piloto titular do time no GP da Inglaterra, no dia 10 de julho, em Silverstone.

O piloto de 21 anos será o segundo australiano no grid, além de Mark Webber. O acordo com a equipe espanhola foi feito através da Red Bull, que gerencia a carreira de Ricciardo.

(...)

“O acordo é uma recompensa por todo o trabalho que a Hispania mostrou desde que começou na F1, no ano passado. Estamos orgulhosos que uma equipe campeã de F1 confia em nós neste esforço de desenvolver seus pilotos. Vamos ver se isso é só o início de uma relação frutífera”, celebrou José Ramón Carabante, chefe da Hispania."

Minha vez agora:

O filme não é novo: A Red Bull aluga uma vaga de uma equipe para dar quilometragem a seu piloto, que por sua vez já pode arrumar suas malas para em breve ir à equipe Toro Rosso. Foi esse mesmo enredo que levou Vettel às vitórias e ao título mundial. Só que a repetição do enredo não é garantia de sucesso, afinal o protagonista não é mais o mesmo. E o novo personagem ainda não "atuou" bem o suficiente a ponto de lembrar seu antecessor.

E a Hispania? Criou uma nova categoria de equipe de Fórmula 1: aquela que aluga sua vaga não para pilotos pagantes, mas sim para equipes pagantes. Outra coisa: sobrou pro Karthikeyan agora, mas ele não vai ficar só na fila dos desempregados. Já já Buemi ou Alguersuari vão fazer companhia ao fraquinho piloto indiano.

domingo, 26 de junho de 2011

Corrida chata, vitória mais chata ainda

Resultado do GP da Europa:

1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 57 voltas em 1h39min36s169
2º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 10s8
3º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 27s2
4º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 46s1
5º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 51s7
6º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 1min00s
7º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1min38s
8º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
9º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1 volta
10º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), a 1 volta
11º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), a 1 volta
12º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
13º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta
14º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 1 volta
15º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1 volta
16º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 1 volta
17º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1 volta
18º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 1 volta
19º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), a 2 voltas
20º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), a 2 voltas
21º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), a 2 voltas
22º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 2 voltas
23º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 3 voltas
24º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), a 3 voltas

Mais uma vez, deu Vettel. Agora, são 77 pontos de diferença em comparação aos segundos colocados Mark Webber e Jenson Button. Será se dá para tirar tanta diferença? Até dá, mas, como bem disse Felipe Massa, só se Sebastian fizer muita burrada ao longo do ano. Portanto, não dá. O jovem piloto já demonstrou estar muito bem preparado emocionalmente e, ao associarmos a isso a confiabilidade ímpar de seu carro, já podemos afirmar que tal combinação o levará inevitavelmente ao bicampeonato. Vamos aos poucos destaques do fraquíssimo GP de Valência:

Pneus Pirelli + Asa móvel em dois pontos da pista = GP chato: Pela primeira vez no ano a equação deu errado. Mesmo com todos os artifícios disponíveis para transformar o GP de Valência em algo interessante, não foi dessa vez que isso aconteceu. Qual a solução para aquela pista? Para mim, ser rifada da Fórmula 1. Simples assim.

Alguersuari ganha uma sobrevida: Sair da 18ª posição e terminar na 8ª em uma pista com raros pontos de ultrapassagem é algo louvável. Com certeza, o espanhol ganhou preciosos pontos na disputa por Buemi em uma provável vaga na Red Bull ano que vem.

Boa corrida de Alonso: O bicampeão é conhecido por lutar até o fim em todas as corridas que disputa. Dessa vez, não foi diferente. Essa insistência permitiu ao espanhol ganhar a segunda posição de Webber, chegando assim à melhor posição possível para o carro que tem.

Massa e um ritmo de corrida pífio: Depois de uma boa corrida no Canadá, Massa voltou ao péssimo desempenho que o acompanha na maioria das corridas nos últimos dois anos. Se continuar nessa instabilidade, sua saída da Ferrari será totalmente justa. Uma coisa é perder para Alonso, outra coisa é sempre perder para Alonso. Aí não dá.

24 carros recebendo a bandeira quadriculada: Se não é um recorde, está bem perto disso. Infelizmente, número de carros completando a corrida e qualidade da corrida não são grandezas diretamente proporcionais. Acho que seria até o contrário, afinal as retardatárias Hispanias e Marussias só atrapalharam a corrida de hoje.

sábado, 25 de junho de 2011

Destaque - GP da Europa - Classificação

GP da Europa - Grid de largada:

1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 1min36s975
2º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 0s188
3º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 0s405
4º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 0s479
5º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 0s560
6º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 0s670
7º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1s256
8º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1s265
9º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), Sem tempo
10º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), Sem tempo

11º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), 1min14s752
12º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), 1min15s043
13º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), 1min15s285
14º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), 1min15s287
15º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), 1min15s334
16º. Sergio Pérez (MEX/Sauber Ferrari), 1min14s361
17º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), 1min14s587

18º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), 1min16s294
19º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), 1min16s745
20º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), 1min16s786
21º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), 1min18s424
22º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), 1min18s537
23º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), 1min18s574
24º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), 1min19s414

Desisto de tentar algum outro tipo de prognóstico. Mais uma vez Vettel conquista a pole position, na última das corridas realizadas com o "difusor soprado". Será se também vai ser a última pole do alemão? Duvido muito, Adrian Newey vai arranjar outra ideia genial... Vamos aos outros destaques:

Marussia - Hispania - Marussia - Hispania: Definitivamente, a Marussia Virgin entrou na briga para ver quem é a pior equipe da Fórmula 1. Seguindo os prognósticos atuais, a equipe russa tem boas chances de ganhar pelo menos essa disputa na categoria. Que vença o pior!

Alguersuari cada vez mais longe da Red Bull: Na disputa interna que pode indicar o futuro segundo piloto da Red Bull, Buemi anda constantemente levando a melhor, apesar dos resultados pouco expressivos. Alguersuari, mais inexpressivo ainda, nunca mostrou algo interessante na Fórmula 1. Muito pior do que não ser promovido, o espanhol tem grandes chances de ser demitido, isso sim.

Hamilton X Button: O campeão de 2008 foi inegavelmente superior ao companheiro de equipe durante o fim de semana até então. Resta a ele calma e equilíbrio para conquistar ao menos um pódio amanhã, algo que já traria uma certa tranquilidade à conturbada relação Lewis - McLaren.

Alonso X Massa: É legal ver o piloto brasileiro andando na mesma balada do bicampeão, mas ainda não foi dessa vez que ele superou "El Fodón de las Asturias", como diz Flávio Gomes. Mesmo assim, serve para a auto-estima de Felipe o feito, já que mostra para ele que o monstro não é tão feio assim.

O GP da Europa acontece amanhã, às 9 da manhã (pelo horário de Brasília).

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Destaque - GP da Europa - Treino Livre

Resultado do 2º treino livre:

1º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1min37s968 ( 35 )
2º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 0s227 ( 26 )
3º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 0s297 ( 31 )
4º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 0s347 ( 30 )
5º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 0s475 ( 32 )
6º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 0s515 ( 30 )
7º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 0s563 ( 26 )
8º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1s013 ( 33 )
9º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), a 1s072 ( 35 )
10º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1s618 ( 27 )
11º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1s658 ( 31 )
12º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 2s052 ( 34 )
13º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 2s333 ( 34 )
14º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 2s395 ( 7 )
15º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 2s486 ( 32 )
16º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), a 2s563 ( 37 )
17º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 4s115 ( 34 )
18º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), a 4s188 ( 39 )
19º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), a 4s271 ( 25 )
20º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), a 4s305 ( 21 )
21º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 4s841 ( 36 )
22º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 6s492 ( 29 )
23º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), a 8s938 ( 16 )
24º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), sem tempo ( 0 )

De uns tempos para cá, a Ferrari (ou melhor, Alonso) anda sempre bem nos treinos livres. Quando chega a hora da verdade, não vai mal, mas acaba decepcionando aqueles que esperavam uma repetição do que havia acontecido no dia anterior. Acredito que nesse fim de semana não será diferente, no entanto aposto como dessa vez a Red Bull não vai levar a pole. É esperar para ver. Vamos aos outros destaques:

"Seria o retorno do velho alemão?": Na corrida passada, Schumacher quase abocanhou um pódio. Nos treinos livres de hoje, ficou a 0,3 da Ferrari de Alonso. Considerando que a Mercedes não tem carro do nível da concorrente italiana, fica mais impressionante o resultado conquistado. Eu, particularmente, torço muito para o heptacampeão. Não vejo a hora de ver ao menos breves momentos daquele piloto lendário (que de tão bom me irritava) da década passada. E pra matar a saudade da raiva que tínhamos do velho Schumi:


Uma Williams consistente: Depois de pontuar nas duas últimas corridas, chegou a hora de a equipe inglesa melhorar sua posição no campeonato de construtores. Na atual altura do campeonato, Barrichello e Maldonado têm carro para ultrapassar Force India e Toro Rosso na classificação geral. Mesmo assim, ainda é de dar pena a situação da outrora "maior equipe da Fórmula 1". A Williams não merece brigar só pelo décimo lugar.

"Hispania, será se dá?": Pelos resultados de hoje, não seria nada improvável que os dois pilotos da equipe espanhola ficassem o domingo inteiro pelo paddock. A briga contra os 107%, pelo jeito, vai ser uma emoção à parte amanhã.

Hamilton e sua grande chance: É a hora de o inglês calar os críticos e voltar à disputa pelo campeonato. Um pódio é o mínimo que o jovem piloto tem que fazer para minimizar a crise que assola tanto a ele como à McLaren. Para tanto, é preciso que ele pilote com o cérebro, e não com o espírito afoito que o dominou nas últimas corridas da temporada. Uma boa classificação amanhã é essencial para essa "volta por cima".

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mudar as regras no meio do jogo: vale?


A partir do próximo GP, o de Silverstone, será proibido o tão falado "difusor soprado", ferramenta usada com maior eficiência pela Red Bull. O tal "pulo do gato" da equipe austríaca foi aprovado no início do campeonato e é um dos principais responsáveis pelo abismo técnico entre o carro de Adrian Newey e a concorrência. Cabe, então, perguntar: se o difusor já tinha sido aprovado, por que desaprovar agora? Quem ganha e quem perde com a mudança? Entretanto, talvez outra pergunta seja mais pertinente: a atitude levou em conta aspectos técnicos ou políticos?

É lógico que a maior beneficiada com a alteração nas regras é a Ferrari, a mais influente equipe dentro da FIA. Como todos sabem, a equipe italiana não anda nada bem no campeonato, inclusive a ponto de não vencer nenhuma corrida em 2011. Agora, com a tal proibição, existem grandes chances de a competitividade do time de Maranello aumentar bastante, a ponto até de se nivelar com a Red Bull. Pode até ser maldade minha, mas talvez seja esse o principal motivo.

Nesse imbroglio, um outro ponto deve ser tocado. O campeonato desse ano, até agora, é bastante paradoxal: corridas cheias de emoção, mas um campeonato sem emoção alguma. Sem dúvida, a alteração nas regras vai trazer mais emoção às corridas e ao campeonato, e talvez o objetivo seja justamente esse. Entretanto, com essa interferência, a FIA desvaloriza a criatividade e a racionalidade, afinal nada do que foi feito por Newey e pela Red Bull é ilegal. Portanto, a autoridade máxima do automobilismo vai contra seus próprios princípios, seja para beneficiar uma equipe "amiga", seja para otimizar a disputa pelo título. Mas não importa o real motivo, a FIA errou e ponto final.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uma surpresa chamada Sauber


Há alguns meses, quando fui escrever sobre a equipe suíça, usei a expressão "It's all passion" para descrever a filosofia do time. Pois é, depois de passado mais de um terço do campeonato, já dá para perceber o quanto que a tal paixão deu liga. Em sete corridas, sete vezes a escuderia chegou na zona de pontuação. Está só atrás das cinco grandes e ainda se encontra bem distante das concorrentes do pelotão intermediário. Para se ter uma ideia, ano passado, nessa mesma altura do campeonato, a Sauber só estava à frente das três novatas e pagando vexame atrás de vexame.

Existem vários "culpados" pela ascenção da equipe suíça. Talvez o principal deles seja Kamui Kobayashi. O piloto japonês, desde sua estreia em 2009 pela extinta Toyota, já demonstrava ter muito talento, entretanto ainda era muito descontrolado, desnecessariamente ousado. Com o tempo, Koba conseguiu se transformar em um piloto talentoso e cerebral, a ponto de pontuar em todas as corridas de 2011. O Japão agora tem um bom motivo para voltar a gostar de Fórmula 1, afinal não é nada irreal pensar em Kamui a bordo de um grande carro em um futuro próximo. E, convenhamos, se ele faz essa estrago todo com um carro razoável, imagina pilotando uma Ferrari ou McLaren?

Outro grande responsável pela ascenção técnica e de confiabilidade do carro da Sauber é James Key, diretor técnico que chegou em 2010 com o "bonde andando". Mesmo assim, conseguiu já no ano passado uma melhora substancial, a ponto de ao final da temporada a escuderia já ter um bólido do mesmo nível da Williams, a melhor das intermediárias à época. Em 2011, a continuidade do trabalho de Key permitiu uma melhora ainda mais profunda, capaz de catapultar a Sauber para o posto de sexta melhor equipe.

Talvez o sucesso da Sauber seja realmente a dupla Kobayashi e Key. Mas tem uma frase que pode servir também como justificativa: "A gente pode fazer tudo errado, mas se é feito com amor, ao final sempre dá certo". É, o segredo deve ser esse mesmo...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Hamilton e McLaren vão ter que se aturar

Não é de hoje que a relação Hamilton-McLaren anda estremecida. É notável a insatisfação do inglês com o desempenho da equipe inglesa, que desde o título de 2008 passou longe de conquistar algo mais do que algumas vitórias esparsas. Diante do alto nível de competitividade de Lewis, é até compreensível tais reclamações. Só que tem um detalhe: o jovem piloto anda jogando toda sua infelicidade no ventilador. Em vez de "lavar a roupa suja" entre as quatro paredes de Woking, ele resolve transformar tudo que diz em notícia. É aí que reside o problema.

Recentemente, Hamilton foi visto conversando com Christian Horner, chefe da equipe Red Bull, em uma área "privé" da escuderia austríaca. Como você interpretaria essa atitude? Para mim, é uma manifestação de um menino mimado que quer chamar atenção da sua equipe. Será se ele conseguiu algo mais do que ondas de insatisfação dentro da McLaren? Provavelmente, não. Enquanto isso, Button, apesar de não ter o talento "extraterrestre" do companheiro, tem mais pontos no campeonato e é mais querido dentro da equipe do que o "pupilo". Resumindo: muito mais que talento, é preciso que um piloto de Fórmula 1 tenha equilíbrio.

Vejamos os casos de Alonso e Vettel. Muito bem situados em suas equipes, ambos representam a figura de verdadeiros líderes, e acabam ofuscando seus companheiros, o que é ótimo para eles. É nisso que Lewis deveria se espelhar: conquistar sua equipe, dar o máximo de si nas corridas e ter equilibrio. Os resultados viriam cedo ou tarde, e nem seria necessário um microfone para isso...

Outra coisa: é melhor Hamilton se acalmar, afinal ele está na melhor equipe disponível. A Ferrari está muito satisfeita com Alonso e provavelmente não vai querer uma dupla explosiva como a da McLaren de 2007. Quanto à Red Bull, a coisa é bem pior para ele: se a equipe teve problema com dois pilotos tranquilos como Vettel e Webber, imagine se colocasse o inglês na mistura? A experiência de 2010 está muito viva, eles não iriam correr tanto risco. Portanto, mesmo brigados, Hamilton e McLaren vão ter que se aturar.

domingo, 12 de junho de 2011

Button, corrida de campeão

Resultado do GP do Canadá:

1º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), 70 voltas
2º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 2s7
3º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 13s8
4º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 14s2
5º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 20s3
6º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 33s2
7º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 33s2
8º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 35s9
9º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 45s1
10º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 47s0
11º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 50s4
12º. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari), a 63s6
13º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 1 volta
14º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), a 1 volta
15º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 1 volta
16º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), a 1 volta
17º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), a 1 volta

Não terminaram:

Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes),
Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth),
Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault),
Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes),
Fernando Alonso (ESP/Ferrari),
Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault),
Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes),

Sempre tive meu pé atrás quanto a Button. Achava que o título conquistado em 2009 foi mais um golpe de sorte, ou melhor, de engenharia da Brawn GP. No entanto, pelo que o piloto inglês mostrou hoje, calo minha boca. Não é qualquer um que faz o que ele fez em Montreal. Uma condução clássica e genial ao mesmo tempo, elegantemente vitoriosa. Por outro lado, o GP do Canadá trouxe um outro problema para a McLaren: o desequilíbrio de Hamilton. Nitidamente, o campeão de 2008 não consegue mais esperar a hora certa de "dar o bote", simplesmente ele vai para cima todo o tempo. Seu talento de nada vai servir se ele não terminar as provas, que é o que anda acontecendo. Vamos aos outros destaques:

Corrida das 14h às 18h: A chuva interrompeu a corrida por algo em torno de duas horas. Isso me fez perceber algo no mínimo inusitado: só a Globo transmite a corrida no Brasil, coisa que eu nunca tinha notado. Fui, então, ver a corrida pela Internet. Minha modesta Velox de 1 MB me permitiu ver uns 30% do restante da corrida, tantas foram as interrupções da transmissão. Não recomendo essa experiência a ninguém.

Schumacher e uma prova digna de nota: Não foi uma condução espetacular como a de Button, mas foi uma das performances mais próximas daquele velho Schumi de macacão vermelho. Deu gosto ver o alemão disputar um pódio. Tomara que essa cena se repita ao longo do ano.

Massa e uma prova digna de nota: Outro que chegou bem próximo dos áureos tempos foi Massa. Terminou em sexto, mas pilotou como poucas vezes em 2011. Aquela ultrapassagem frente a Kobayashi foi de gente ousada, coisa que o brasileiro precisa voltar a mostrar na Fórmula 1. Um bom sinal de que a recuperação do brasileiro pode vir bem rápida, portanto.

"E o campeonato, hein?": Apesar de alguém ter batido Vettel hoje, o campeonato está ainda mais confortável para o alemão, afinal Hamilton e Alonso abandonaram, além de Webber ter terminado logo atrás. Para mim, só é possível o jogo virar se o Red Bull número 1 abandonar algumas vezes. Do contrário, é bi-campeonato pintando.

sábado, 11 de junho de 2011

De novo Vettel, pela sexta vez

GP do Canadá - Grid de largada:

1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 1min13s014
2º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 0s185
3º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 0s203
4º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 0s415
5º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 0s551
6º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 0s800
7º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 0s824
8º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 0s850
9º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), a 1s048
10º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1s071

11º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), 1min14s752
12º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), 1min15s043
13º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), 1min15s285
14º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), 1min15s287
15º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), 1min15s334
16º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), 1min14s361
17º. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari), 1min14s587

18º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), 1min16s294
19º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), 1min16s745
20º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), 1min16s786
21º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), 1min18s424
22º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), 1min18s537
23º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), 1min18s574

Fora dos 107%: Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), 1min19s414

Em sete disputas, seis poles. Não se via algo tão impressionante desde os áureos tempos da dobradinha Schumacher-Ferrari. Diante de mais uma pole position, o que esperar de Vettel amanhã? Provavalmente, a confirmação de que a temporada 2011 da Fórmula 1 verá muitas corridas cheias de disputas dentro de um campeonato sem disputa alguma. Por mais inesperado que um GP do Canadá pode ser, não consigo antever nada além de mais uma vitória do alemão amanhã. Vamos aos outros destaques:

Ferrari forte, Massa mais ainda: O brasileiro reúne boas condições para fazer uma boa corrida amanhã. Largando em terceiro, tem tudo para acabar com a má fase que o perturba desde o "quase" título de 2008 (pelo menos por esse fim de semana). A Alonso, resta tentar a sorte na largada e na corrida. Uma vitória é bastante improvável, mas está longe de ser impossível.

McLaren vai contra suas origens: Sempre muito bem no Canadá, a equipe inglesa parece que vai quebrar essa sina amanhã. Hamilton e Button foram muito discretos no sábado e não parecem ter um equipamento do mesmo nível de Red Bull e Ferrari. Resta a eles muita chuva, safety car e confusão nos pits stops para conseguirem aspirar algo mais que um quarto ou quinto lugares. Em se tratando de Montreal, entretanto, isso é bem provável.

Maldonado X Barrichello: O piloto venezuelano vence de 4x3 nas classificações. Considerando os muitos anos de carreira do brasileiro, Maldonado mostra que é muito mais que um piloto pagante. Para quem torceu o nariz quando foi anunciado seu nome no lugar de Hulkenberg, suas mais recentes atuações são um verdadeiro cala-boca.

Virgin e os 107%: D'Ambrosio ficou de fora da corrida amanhã. O fato deve servir de alerta para a equipe anglo-russa, afinal para quem queria revolucionar a categoria não conseguir tempo nem para a corrida é uma tragédia. Para piorar tudo, a Hispania conseguiu com seus dois carros. Chegou a hora de fechar para balanço, sir Richard Branson...

O GP do Canadá acontece amanhã, às 2 da tarde (horário de Brasília).

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Destaque - GP do Canadá - Treino Livre

Resultado do segundo treino livre do GP do Canadá:

1º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1min15s107 (34)
2º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 0s369 (29)
3º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 0s494 (33)
4º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 0s870 (26)
5º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 0s882 (25)
6. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 0s982 (34)
7º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 0s995 (28)
8º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1s217 (32)
9º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), a 1s315 (32)
10º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1s580 (28)
11º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1s798 (16)
12º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 1s834 (39)
13º. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 1s944 (32)
14º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 2s577 (34)
15º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), a 2s650 (20)
16º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), a 3s363 (33)
17º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), a 3s375 (38)
18º. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber-Ferrari), a 3s429 (14)
19º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 3s494 (38)
20º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 4s102 (28)
21º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), a 4s703 (25)
22º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 5s177 (31)
23º. Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth), a 5s204 (28)
24º. Jerome D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 5s815 (26)

Canadá tem muita coisa semelhante com Mônaco. Uma delas é que dá para vencer mesmo sem ter o melhor carro, coisa rara na Fórmula 1 contemporânea. Diante disso, a Ferrari tem mais uma oportunidade de tentar pela primeira vez vencer no ano, o que convenhamos é um péssimo sinal, afinal estamos na sétima etapa do campeonato. É a hora de Alonso e Massa tentarem a vitória, principalmente o brasileiro, que há tempos não sobe no lugar mais alto do pódio. Vamos aos outros destaques:

Motor Mercedes: Montreal parece que cai como uma luva para os motores Mercedes. Sendo assim, não seria nada impossível vermos os seis carros que correm com o motor alemão no top 10. É esperar para ver.

Lotus, nem um pouco decepcionante: A equipe malaia conseguiu fazer um razoável treino livre. Pontuar é quase um sonho, mas fazer uma corrida bem superior às "novatas" é uma realidade das mais plausíveis.

"E a Red Bull, hein?": Parece que dessa vez a equipe austríaca não tem a superioridade absurda que tinha nas provas anteriores. Isso acrescenta um ingrediente especial ao fim de semana: a maior igualdade de condições entre as grandes equipes da categoria. Para nós, fãs de Fórmula 1, não seria nada ruim.

E a pole no sábado, de quem será? Para mim, dá Hamilton, seguido de Alonso e Vettel.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mosley e o GP do Bahrein

Algumas manchetes de notícias que eu li no último fim de semana:

Mosley: GP do Bahrein pode "custar caro" para a categoria

Mosley: remarcação do GP do Bahrein depende das equipes.

Afinal, quem é Max Mosley para falar alguma coisa? Se a Fórmula 1 virou a máquina caça-níqueis que é hoje, boa parte da culpa é do ex-dirigente da FIA. Eu sou totalmente contra a volta do GP do Bahrein ao calendário desse ano, mas essa não deveria ser a posição do "adepto das orgias", afinal ele contraria aquilo que sempre fez à frente da federação: ganhar dinheiro.

Como seria a atitude do inglês caso ainda estivesse à frente da FIA? Aposto em dobro como seria o oposto do que ele declama na imprensa. Sem poder, fica fácil dar uma de humanitário e íntegro. Sorte que, para o bem ou para o mal, a opinião dele não interessa mais a ninguém.

sábado, 4 de junho de 2011

Nelsinho e a Fórmula 1

Reproduzo aqui uma notícia do Tazio. Parafraseando Reinaldo Azevedo (colunista da VEJA), volto em seguida:

Em entrevista à revista “ESPN” deste mês, Nelsinho Piquet enalteceu seu desejo de continuar trilhando seu caminho na Nascar e apontou a F1 como “o pior exemplo da Europa”.

O brasileiro, que atualmente compete na Truck Series, afirmou que o sucesso na categoria máxima do automobilismo mundial depende de sua condição dentro da equipe.

“A F1 é o pior exemplo da Europa. Tem uns caras, como [Fernando] Alonso, [Lewis] Hamilton, [Sebastian] Vettel, que estão numa posição muito boa. Os outros estão quase se afogando, tentando sobreviver a patrão bravo, levando ameaça se ficarem atrás do seu companheiro de equipe no treino”, contou Piquet, que disputou 28 GPs entre 2008 e 2009 na Renault, ao lado de Fernando Alonso.

“O melhor piloto do mundo estava ao lado, eu era um novato, meu chefe [Flavio Briatore] era um cara bravo que gosta de resultados e não aceita desculpas.”

“Se você está numa situação boa, é maravilhoso. Se não está num carro bom, ou não tem contrato bom, não vive uma vida saudável. É assim com 70% dos pilotos. Agora, até o [Felipe] Massa passa por isso. Está tomando um pau enorme do Alonso e está preocupado”, declarou.

Nelsinho elogiou a velocidade de Alonso, apontando o piloto espanhol como o melhor da categoria: “É o melhor, sem dúvida, muito completo. Quando eu fazia a volta perfeita, só ficava igual a ele. Alonso está sempre no máximo. É arrogante quando precisa, é egoísta nas horas certas.”

Contente e estabelecido nos Estados Unidos, Piquet reafirmou suas intenções de obter sucesso na categoria norte-americana.

“Quero conquistar a categoria, ser o primeiro brasileiro a ter sucesso aqui e abrir as portas para outros. Não falta dinheiro. Brasileiro vai à Europa gastando horrores”, disse.

Minha vez agora:

Concordo com tudo dito por Nelsinho. A Fórmula 1 de hoje vive em função de resultados, mesmo que os pilotos estejam em carros sem condições para muita coisa. Por exemplo, será se o pessoal da Virgin esperava algo mais de Lucas di Grassi ano passado? Será se eles realmente acreditavam em um bom desempenho do brasileiro na categoria com uma carroça daquelas? Glock também não fez nada e ficou. O motivo: muito mais o prestígio do piloto do que propriamente seu desempenho.

Apesar de concordar com as afirmações, não dá para esquecer a arrepiante história do GP de Cingapura de 2008. O que Nelsinho fez foi de uma falta de personalidade tremenda, a ponto de eu acreditar que tal fato é o real motivo de ele não estar na categoria atualmente, muito mais que o seu rendimento dentro das pistas. O saldo que o filho de Piquet deixou foi bem negativo, no entanto ele tem uma grande chance de não repetir esse final trágico nos Estados Unidos. Nelsinho merece essa segunda chance no automobilismo.