quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mudar as regras no meio do jogo: vale?


A partir do próximo GP, o de Silverstone, será proibido o tão falado "difusor soprado", ferramenta usada com maior eficiência pela Red Bull. O tal "pulo do gato" da equipe austríaca foi aprovado no início do campeonato e é um dos principais responsáveis pelo abismo técnico entre o carro de Adrian Newey e a concorrência. Cabe, então, perguntar: se o difusor já tinha sido aprovado, por que desaprovar agora? Quem ganha e quem perde com a mudança? Entretanto, talvez outra pergunta seja mais pertinente: a atitude levou em conta aspectos técnicos ou políticos?

É lógico que a maior beneficiada com a alteração nas regras é a Ferrari, a mais influente equipe dentro da FIA. Como todos sabem, a equipe italiana não anda nada bem no campeonato, inclusive a ponto de não vencer nenhuma corrida em 2011. Agora, com a tal proibição, existem grandes chances de a competitividade do time de Maranello aumentar bastante, a ponto até de se nivelar com a Red Bull. Pode até ser maldade minha, mas talvez seja esse o principal motivo.

Nesse imbroglio, um outro ponto deve ser tocado. O campeonato desse ano, até agora, é bastante paradoxal: corridas cheias de emoção, mas um campeonato sem emoção alguma. Sem dúvida, a alteração nas regras vai trazer mais emoção às corridas e ao campeonato, e talvez o objetivo seja justamente esse. Entretanto, com essa interferência, a FIA desvaloriza a criatividade e a racionalidade, afinal nada do que foi feito por Newey e pela Red Bull é ilegal. Portanto, a autoridade máxima do automobilismo vai contra seus próprios princípios, seja para beneficiar uma equipe "amiga", seja para otimizar a disputa pelo título. Mas não importa o real motivo, a FIA errou e ponto final.

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