sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Além da F1: O ano de "F1 em destaque"


Se a Fórmula 1 merece um balanço ao final do ano, o blog também tem esse direito, é lógico. Ao final dessa jornada, o mais importante é dizer "Sobrevivemos!". Digo isso porque a atividade principal desse cara aqui não é ser blogueiro, e é melhor que seja assim, afinal "F1 em destaque" não me rendeu um real sequer. Mas como esse interesse não existia na época de sua fundação, isso não incomoda. Existem outras coisas mais importantes à frente.

Uma delas, e talvez a mais gratificante, é ter seu trabalho reconhecido pelos leitores. Felizmente, isso já aconteceu comigo, inclusive com pessoas que elogiaram o blog para mim sem saber que eu era o "escritor". Outras vezes, pessoas que não entendem nada de F1 lêem o blog por amizade ou curiosidade. Dessas, muitas gostaram do que leram. São esses (ainda) poucos admiradores que mantém o blog vivo, mesmo com o tempo curto.

Vamos agora aos números. Nesses nove meses de vida, "F1 em destaque" ultrapassou a marca de 5000 acessos únicos totais, sendo que só este mês foram mais de 700, com o recorde de mais de 150 acessos no primeiro dia de dezembro. Comparativamente falando, esses números correspondem a mais ou menos 1% do que o blog do Flávio Gomes, um dos mais conhecidos do ramo, tem. É pouco? Para o Flávio, seria um desastre, afinal ele fala de Fórmula 1 na Internet há mais de uma década, e tem uma vitrine chamada ESPN Brasil. Eu, por outro lado, tenho como vitrine umas camisas de futebol da minha turma de Medicina. Levando por esse lado, esse blog é um sucesso retumbante. "Nem tanto", diria o outro. É, menos, bem menos, vamos com calma.

Para 2012, quais seriam os objetivos? Primeiro, o blog vai passar por mudanças visuais mensais, levando em conta o calendário da Fórmula 1. Segundo, a sessão "Além da F1" vai crescer e ter seu espaço semanal, para aqueles que não são fanáticos por automobilismo. E, por último, sobreviver à rotina que não ajuda lá muito. Se tudo isso acontecer o ano já será positivo.

Aos três ou quatro leitores que me acompanham, informo: "F1 em destaque" funciona normalmente até a primeira semana de Janeiro, quando o blog entra de férias. Alguns posts podem surgir, mas só se for algo muito importante. Em Fevereiro, estamos de volta, de visual novo e com mais vontade que nunca. Até!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Balanço 2011 - Parte 3


Agora, chegamos na última parte do balanço da temporada de Fórmula 1. Vamos falar das quatro grandes, ou melhor, das três grandes e da extraterrestre Red Bull. Levando em conta que Mercedes, Ferrari e McLaren praticamente abandonaram o campeonato no meio para focarem apenas no carro de 2012, eu espero uma disputa bem mais acirrada pelo título próximo ano. Mesmo assim, a RBR já começa bem à frente das demais. Vamos aos destaques:

Mercedes: Em 2010, a equipe chegou fazendo barulho. Contratou o multicampeão Schumacher e a promessa Rosberg, manteve Brawn e utilizou toda a base da equipe campeã do ano anterior. Mesmo assim, só conseguiu ser a quarta força, sem vencer corrida alguma. Em 2011, não foi muito diferente. As vitórias ainda não vieram e Schumi mostra não ser mais o mesmo. Rosberg é bom, mas não consegue atingir a condição de especial. A única virtude do carro é o motor, mesmo assim os motores Renault hoje parecem competir de igual para igual. Muito mais que barulho, eles precisam de um pulo-do-gato como o que aconteceu com a Brawn em 2009 para sair da condição de coadjuvante de luxo em 2012.

Muita pompa, poucos resultados: a Mercedes ainda não mostrou a que veio.


Ferrari: A equipe italiana foi uma das surpresas negativas desse ano. O que mais prejudicou o time foi ter levado a disputa pelo título em 2010 até a última corrida, o que acabou adiando a construção do carro de 2011. Além disso, o péssimo rendimento de Felipe Massa fez com que a Ferrari não disputasse com a McLaren a vice dos construtores. Fernando Alonso já mostrou ser o piloto certo para a escuderia voltar a conquistar um título. Por outro lado, Massa está na cadeira elétrica. Um rendimento parecido com o que ele teve esse ano não o mantém na equipe. Na fila, são muitas as opções: Kubica, Rosberg, Kobayashi, Perez... Ou o brasileiro muda ou o país é rifado de vez da categoria.

Há três anos, eles não conseguem acertar a mão em um carro.


McLaren: Durante o ano, foi a única equipe capaz de fazer frente à Red Bull. Conseguiu vitórias com seus dois pilotos, pódios constantemente, pole positions em alguns momentos. Levando em conta o poderio da RBR, foi um ano vencedor para os ingleses. Talvez o único porém fique por conta do desequilíbrio de Hamilton frente ao bom (e surpreendente) desempenho de Button no campeonato. Entretanto, mais para o fim do campeonato, Lewis parece ter recuperado parte da tranquilidade. Caso esse equilíbrio se mantenha em 2012, a McLaren sai de cara como o time mais capaz de acabar com a hegemonia de Vettel e Newey. O desafio dos ingleses próximo ano talvez seja muito mais se aproximar da Red Bull do que disputar algo com a Ferrari.

A maior arma da McLaren: eles têm a melhor dupla do grid atual.


Red Bull: Com Vettel, a equipe foi imbatível durante o ano todo. O jovem alemão conseguiu bater o recorde de Mansell em 1992, conquistando quinze poles. Além disso, foram onze vitórias, dezessete pódios e mais de setecentas voltas lideradas. Número tão espetaculares quanto os conquistados por Schumi em 2002 e 2004, por exemplo. Seu companheiro, Webber, conseguiu o maior número de voltas rápidas. Para o próximo ano, são de longe os principais candidatos ao título. Depois do que foi visto em 2011, difícil acreditar em algo que não seja a hegemonia dos energéticos em 2012.

Vettel e Red Bull: a dupla a ser batida em 2012.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Balanço 2011 - Parte 2


Antes de continuar o balanço da última temporada na Fórmula 1, impossível não falar da vitória do Barcelona sobre o Santos. Não me lembro da última vez que um time brasileiro foi tão humilhado frente a um europeu. Claro que o Barcelona é essa Coca-Cola toda, mas daí fazer aquele papelão (em especial no 1º tempo) é inaceitável. Jogaram no mesmo nível do Al-Sadd e com uma dupla de zaga pior que a do Palmeiras. Como eu vi por aí na Internet, esse foi o domingo de manhã mais humilhante para o Brasil, e é porque domingo de manhã é dia de Fórmula 1.

Agora, voltemos ao que importa (pelo menos para mim), que é falar sobre o balanço do pelotão do meio. Renault, Force India, Sauber e Toro Rosso fizeram um trabalho decente e conseguiram disputar posições no top 10 com regularidade. Falta a todos eles o mais difícil, que é se aproximar um pouco da Mercedes, a pior das equipes de "outro mundo". Quem sabe, em 2012. Vamos aos destaques:

Toro Rosso: Sua função não é disputar vitórias nem pódios. A Toro Rosso funciona como uma oficina de novos talentos para a equipe principal. Dentro desse contexto, o time foi muito mais eficiente na disputa por pontos do que na descoberta de um novo Vettel. Como é a segunda opção que interessa à Red Bull, o ano terminou com saldo negativo, tanto é que a dupla titular foi dispensada essa semana. Como equipe, ao contrário, o saldo é bem positivo, principalmente ao se levar em conta que eles não contam mais com o apoio técnico irrestrito da Red Bull.

Toro Rosso em 2011: Carro bom, dupla ruim.

Sauber: Talvez seja a equipe mais organizada da categoria. Com recursos bem limitados, eles nunca fizeram um trabalho pífio na Fórmula 1, como o que fez a Williams esse ano, por exemplo. Pelo contrário, eles sempre foram um pouco acima de suas capacidades técnicas e financeiras. Dois elementos ajudaram muito para isso em 2011: a cultura suíça impregnada na equipe e uma das melhores duplas da história da Sauber, no caso Koba e Perez. O primeiro já é lenda, o segundo já é cotado na Ferrari. Já deu para sentir o drama: em 2012 eles prometem ainda mais.

Force India: Pelo segundo ano, a equipe indiana deve ser encarada como uma referência para as equipes do fundo do grid. Ela provou que é possível um time nascer mal e conseguir dar a volta por cima. Eu, inclusive, achava que eles seriam mais uma daquelas equipes que não duram três anos e saem pela porta dos fundos sem ponto algum. Felizmente, me enganei. Em 2011, eles deram mais um passo para a frente e conquistaram uma posição a mais nos construtores. Sutil fez mais pontos que os pilotos da Renault, para se ter noção. Espero muito deles em 2012.

Renault: Das equipes do meio do grid, a Renault meio que andou na contramão, principalmente na segunda metade do campeonato. Sem Kubica, o time não conseguiu melhorar um carro que nasceu muito bom. No começo, conseguiram dois pódios nas primeiras corridas. No final do campeonato, já estavam atrás da Force India e sem grandes perspectivas. Com Raikkonen no comando, eles têm tudo para manter uma trajetória ao menos constante durante a temporada. O campeonato melhoraria muito com isso. E com a volta de Kubica, é lógico.

Sem uma referência no cockpit, o carro da Renault parou no tempo.

sábado, 17 de dezembro de 2011

O cerco se fecha - Parte 2


Hulkenberg é o novo piloto titular da Force India. Fará dupla em 2012 com Paul di Resta, o futuro companheiro de Rosberg na Mercedes. Quem sobrou? O melhor dos desempregados: Adrian Sutil. Nono colocado em 2011, o alemão tem tudo para fisgar a segunda vaga da Williams. Com isso, sobrará só a vaga da Hispania, que não interessa a ninguém, talvez um pouco para Alguersuari. Conclusão: hoje é o pior dia para o automobilismo brasileiro. As chances de Senna ou Barrichello conseguirem um cockpit para a próxima temporada são próximas do zero. Teremos que nos contentar com Massa. Oremos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Balanço 2011 - Parte 1


Um temporada interessante. É assim que dá para resumir o que foi o ano de 2011 na Fórmula 1. Difícil chamá-la de especial, excelente, espetacular, afinal disputa pelo título não existiu em momento algum. Como a coisa só pegava fogo do segundo para baixo, melhor chamar "interessante". E interessante também foram as novidades desse ano, em especial a asa traseira móvel e os pneus Pirelli. Quanto ao Kers, é meio que "a volta dos que não foram". Os aparatos novos trouxeram, sem dúvida, emoção. Só que, por outro lado, trouxeram também artificialidade, coisa que eu particularmente não gosto. Será se dá para unir emoção e naturalidade em um aparato só? Se eu soubesse a resposta, estaria a essa hora dando palestra e recebendo para escrever essas patacoadas.

Outra coisa: esse ano tivemos o recorde de pista e de número de carros terminando uma prova. Mas, levando em conta as pistas e os carros, esse recorde não vale para nada. Me lembra aquele recorde que o Cafu, lateral da seleção, queria bater, o tal do "maior quantidade de jogos com a amarelinha, haja emoção amigo!", como diz o Galvão. Ele conseguiu, mas todo mundo só se lembra do Zidane fazendo o Brasil de trouxa.

Agora, vamos ao que interessa: fazer um balanço das equipes e dos pilotos para essa temporada. Comecemos com a nata, o supra-sumo, o must da incompetência: Hispania, Virgin, Lotus verde e Williams. Quatro equipes, quatro pontos, nenhum pódio, nada mais.

Hispania: Essa não me decepcionou nem um pouco. Nem eles esperavam fazer alguma coisa esse ano, e com certeza não esperam nada para o próximo também. Se fosse um ser humano, a Hispania seria aquele cara pessismista que não espera mais nada nem dele nem de ninguém a seu redor. É uma equipe em depressão, e isso se reflete no carro: um patrocínio e vários pedidos de clemência espalhados pelo bólido. A HRT vai ser a válvula de escape para aqueles que não conseguiram vaga em lugar algum na concorrência. Sem projeto, dinheiro, muito menos esperança, a equipe acaba aos poucos. Triste, mas a realidade. Caso eles queiram sair do buraco, que se espelhem na Force India, uma equipe do fundo do grid que hoje disputa pontos regularmente.

Um patrocínio, alguns pedidos de ajuda: A Hispania foi a equipe mendiga da F1.

Virgin: Essa conseguiu me decepcionar bastante. A ousada equipe de Richard Branson parecia ter um projeto, algo verdadeiramente concreto para a Fórmula 1. Mas tudo isso se desmoronou só de ver o carro deles para 2011, um remendo do usado em 2010. Túnel de vento? Para quê, se a gente não quer saber de nada mesmo... Durante o ano, absolutamente nada aconteceu por ali. A distância para a fraca Lotus verdade aumentou, e eles passaram o ano disputando o ano com a depressiva Hispania. Próximo ano, a equipe passa a ser só Marussia, mas o ar de "I don't care" precisa sair dali urgentemente, caso contrário pode mudar o nome até para Red Bull que não vai ter jeito.

Observe a figura: a Virgin não evoluiu em 2011. Pelo contrário, a pintura (que se salvava) involuiu.

Lotus verde: Já começou o ano perdendo tempo naquela disputa judicial ridícula pelo uso do nome Lotus. Nas pistas, começaram melhor, usando motores Renault e construindo um carro nitidamente mais bem trabalhado que o da concorrência novata. Mesmo assim, pouca coisa mudou. Veja bem, eu disse "pouca", e não "nada". Eles evoluíram, mesmo assim não conseguiram encostar no péssimo carro da Williams. Portanto, durante o ano, disputaram posição com ninguém, afinal estavam bem distantes da equipe inglesa e a Virgin. Para o próximo ano, continuo esperando algo a mais, talvez um pontinho em uma corrida maluca. Acho que esse sonho é possível. Tomara que seja, porque não há coisa mais triste que sonhar com o impossível, não?

Williams: Uma temporada para esquecer. No início do ano, Barrichello prometia o mundo com esse novo carro, até vitórias. Ao final do ano, aquelas frases soam como se fosse deboche. O carro era ridiculo, o câmbio revolucionário era uma piada, os patrocínios eram escassos e os pontos também. Para mim, a pior temporada da Williams da história. Pode ser implicância minha, mas é a segunda vez que no segundo ano em uma equipe Rubinho está envolvido em um carro "caca". Ou já se esqueceram daquela Honda de 2007 que ele nem pontuou? Sei que a responsabilidade não é dele, mas que isso aconteceu, não dá para esquecer.

Guarde essa imagem na memória: esse foi o pior carro da história da Williams.


O que essas quatro equipes podem fazer para reverter o quadro? O trivial, oras: conseguir dinheiro, ter pelo menos um piloto talentoso, ter uma equipe habituada a construir carros de Fórmula 1, e o principal, que é vontade de evoluir. Meio óbvio, não? É, mas às vezes eu acho que ninguém vê isso. Talvez seja a hora de eu dar palestras...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Na Toro Rosso, muda tudo


Buemi e Alguersuari caem fora, Ricciardo e Vergne chegam na equipe B da Red Bull. A mudança era esperada, só que se apostava na manutenção de pelo menos um dos pilotos. Mas, no fundo, a notícia não foi tão surpreendente assim. Levando em conta que a Toro Rosso funciona como uma oficina de novos talentos, ela falhou clamorosamente com sua última dupla. São dois pilotos normais, apenas. Se o objetivo era que surgissem dois novos Vettels, não deu. Agora é tentar com a nova dupla.

Com isso, sobram as vagas da Force India, da HRT e uma da Williams. São doze candidatos para quatro vagas, portanto a situação dos brasileiros é desesperadora. Até!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Red Bull do futebol


Sábado, não pude ver ao vivo o jogo entre Real Madrid e Barcelona pelo Campeonato Espanhol. Levando em conta a qualidade de ambos, este foi o primeiro de muitos jogos que eles ainda irão disputar na temporada, portanto perder a primeira batalha não é o fim do mundo. Então, acabei assistindo o jogo por VT, já sabendo do resultado, no caso a vitória do time catalão por 3 a 1.

Antes de falar do jogo, importante saber que este é o sétimo encontro de ambos desde que José Mourinho chegou ao time merengue. Para quem não sabe, Mourinho era o técnico por trás de alguns dos times mais competitivos da década, como o Porto campeão europeu de 2004, o Chelsea bicampeão inglês e a Inter de Milão que levou a tríplice coroa há dois anos. Muitos, inclusive eu, consideram ele o melhor técnico em atividade. Portanto, à primeira vista, o Real Madrid contratou o homem certo para acabar com a hegemonia do Barcelona, que nas duas últimas temporadas só perdeu dois títulos: a Champions de 2009/2010 (vencida pela Inter de Mourinho) e a Copa do Rei desse ano (vencida pelo Real, também com "Mou"). Só que a coisa não anda dando certo: de sete partidas, o Barça venceu 3, o Real 1 e houve 3 empates. No Bernabeu, José ainda não ganhou. Aquele que era considerado a kryptonita do Barcelona deixou de ser.


Nos treinos, Mourinho mostrou a seu time dez lemas para sair do jogo com um bom resultado. No papel, parecia realmente estar tudo aquilo capaz de frustrar o adversário: jogo vertical, atenção constante à movimentação da bola, esquema 4-1-4-1, fazer do estádio um inferno, ignorar o árbitro, jogo aéreo, marcação cerrada, etc. Mal o jogo começa, o Barcelona erra no toque de bola e toma o gol com menos de 30 segundos. Tudo levava a crer que era o dia de redenção. O Real era agudo e muito perigoso, quase ampliando o placar com Cristiano Ronaldo, que perde um gol feito. A partir daí, o poder de fogo do time de Mourinho se apaga. O Barcelona toma a bola e o show começa.


Era de assustar a tranquilidade do time de Pep Guardiola. Tocava a bola como se estivesse jogando contra um time treinado por mim. Tomava a bola como se o Real fosse um time de juniores. Continuava com a tranquilidade acachapante. Fez, então, o gol de empate ainda no primeiro tempo, que acaba 1 a 1. Até aí, a coisa não estava ruim para os galáticos, que saíam mantendo os seis pontos de vantagem para o Barça. Só que ainda havia o segundo tempo. E, neste, a humilhação passou dos limites.


Não é que o Real Madrid deixou de jogar, é que ele não conseguia jogar. Quando um madridista finalmente tomava a bola, lá estavam três para pegar de volta. Formavam-se triângulos ao redor de cada jogador do Real com a bola, em uma nova versão do carrossel holandês. Mourinho não acreditava no que via e não sabia o que fazer frente ao que via. Em vinte minutos, o 3 a 1 já estava posto no Santiago Bernabéu. Nem eu nem ninguém acreditou que o Real pudesse ser presa tão fácil. Entretanto, acreditando ou não no que via, tinha certeza que estava na frente de um momento histórico do futebol.


O Real Madrid é ruim? Não, pelo contrário, é um dos melhores times que eu já vi jogar. Mas o time que tem CR7, Kaká, Benzema, Higuain, Ozil, Casillas e Mourinho deu o azar de surgir na mesma época que o de Xavi, Fábregas, Iniesta, Messi e Guardiola. Caso contrário, ganharia tudo, não tenho dúvida. Ah, e o Santos, como fica? O Santos que fique com o vice, oras.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O cerco se fecha


Mais uma vaga decente se foi: Grosjean será o companheiro de Raikkonen na Lotus em 2012. Confesso que à primeira vista não considerava a melhor escolha, só que eu apenas levava em conta o péssimo desempenho do francês na sua primeira passagem pela Fórmula 1. Entretanto, Romain evoluiu nesses dois anos, inclusive ganhando a última temporada da GP2. Sem dúvida, é uma credencial interessante, que nem Senna nem Petrov possuem. E, além disso, ele ainda tem o apoio de uma das principais patrocinadoras da equipe, a petrolífera Total. Aí, não precisa nem justificar, né?

Agora, que presta, só sobrou a vaga da Williams, disputada por vários pilotos, dentre eles Barrichello e Senna. Como eles nem consideram correr por uma Marussia ou uma Hispania, provavelmente teremos no máximo dois representantes do país na categoria. Uma situação lamentavelmente inédita.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sobre Globo, UFC e Fórmula 1


Hoje, a Folha noticiou que a Globo vai aos poucos diminuir a participação de Galvão Bueno na Fórmula 1. O motivo? A apatia dos pilotos brasileiros reduziu a importância e, principalmente, a audiência das corridas. Houve uma redução de 52% no Ibope de 2002 para cá, ou seja, metade das pessoas desistiu da categoria em quase dez anos. Com esse "desmame", Galvão vai aos poucos se dedicando à menina dos olhos da emissora do Jardim Botânico, o tal do UFC (ou MMA, nunca entendi a diferença).

Em alguns momentos, parei sim para assistir a algumas dessas lutas, talvez movido pela intensa propaganda em torno desse "esporte". Em termos de entretenimento, sem dúvida é uma atração poderosa. Mas daí dizer que é a nova sensação, a ponto de se tornar prioridade na carreira de um narrador, é um pouco demais. Primeiro que aquilo não é esporte. Espancar o outro até alguém vir e "apartar" é briga, barraco, espancamento, nunca esporte. Outra coisa: esporte se pratica na rua, pelas crianças. Futebol, basquete, vôlei, todas essas modalidades são cotidiamente praticadas em qualquer escola, praça ou canto do país. Por outro lado, o mesmo não pode acontecer com o MMA. Já pensou se as crianças resolvem dar uma de Anderson Silva para cima dos amigos? Nesse contexto, não se pode tratar o UFC/MMA como esporte, mas sim como uma atração, show, "espetáculo", arte, mesmo que não seja. Assim, nós seríamos apenas apreciadores do espetáculo de sangue e violência, ou de golpes e estratégia, para os fãs da modalidade.

A Globo tem fins lucrativos como toda empresa que se preze. Ela já percebeu que, no Brasil, qualquer esporte só funciona se tiver um brasileiro entre os melhores. Foi assim no boxe, no basquete e na Fórmula 1, e está sendo assim com o vôlei e, mais recentemente, com o MMA. Sem destaque algum, a tendência é que a Fórmula 1 vire atração da TV paga em um futuro não muito distante, e que o UFC vire a mais bem-sucedida peça esportiva da emissora. A Globo tem culpa de a população ter "trocado" a principal categoria do automobilismo por um bando de machos se atracando? Não. Ela só oferece aquilo que o povo quer ver. Mas que é triste, ah, isso é.

* Depois de horas pesquisando, sei agora a diferença entre UFC e MMA. Vou dar um exemplo: UFC está para o MMA assim como a Uefa Champions League está para o futebol, ou seja, é uma competição que reúne os melhores da modalidade. Portanto, agora só chamo UFC, afinal a competição é que a Globo transmite.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Williams confirma Maldonado

A Williams confirmou que um de seus cockpits será ocupado por Maldonado em 2012. Como piloto reserva, a equipe terá Bottas próximo ano. Por mais que não pareça, são duas notícias um tanto quanto agradáveis para Barrichello, ainda no aguardo para a vigésima temporada na categoria.

Por que a Williams não fecha logo com Rubens? Porque ela ainda espera uma mala cheia de dinheiro vinda de algum piloto. Raikkonen era a primeira opção e o parceiro mais ideal, afinal em uma mesma pessoa se associariam talento e dinheiro, coisa que não está mais disponível no mercado. Sobraram figuras do naipe de Petrov, Grosjean, Senna e Barrichello. Em se confirmando a segunda vaga da Lotus, restam três candidatos para uma vaga. Nessa parada, bastam alguns patrocínios para Barrichello conseguir se manter no time de Frank. Essa é a tendência.

Próxima semana, um balanço do rendimento das equipes e pilotos em 2011, dividido em três partes. Até!