terça-feira, 8 de março de 2011

Daqui a pouco vira Mário Kart

Observamos nos últimos anos a tentativa dos mandatários da Fórmula 1 em querer tornar as corridas mais prazerosas e emocionantes para seus fãs. Para atingir tal objetivo, os chefões adotaram a tática de mudar as regras do jogo demasiadamente e em um curto espaço de tempo. Relembremos os três últimos anos: vimos em 2009 a volta dos pneus slick, as mudanças na aerodinâmica e o surgimento do KERS; 2010 representou o fim do reabastecimento e o aparecimento do novo (e esdrúxulo) sistema de pontuação; agora em 2011 o KERS volta, o difusor duplo some e surge a asa traseira móvel. Depois disso, cabe perguntar: e o espetáculo, cadê?

Mudar e torcer para ver se dá certo não funciona. Se realmente tal atitude se mostrasse eficiente, não veríamos antagonismos nas mudanças. Para citar um exemplo, em 2005 as trocas de pneu durante as corridas foram proibidas; agora em 2011 (com os novos pneus Pirelli) essas trocas se tornarão mais frequentes.

O que fazer, então, para se conseguir uma Fórmula 1 mais "animada"? Partindo do princípio que carros com desempenhos semelhantes tornam as corridas mais disputadas (e, por tabela, mais prazerosas), a solução é adotar o teto orçamentário. Com ele, as escuderias poderiam construir seus bólidos com uma maior igualdade de condições. Alguns alegam que isso seria uma vitória da mediocridade, já que haveria o nivelamento da Fórmula 1 por baixo. Ao contrário desses, vejo o teto orçamentário sob outro aspecto: além de equilibrar os monopostos (deixando, assim, de existirem várias categorias dentro de uma só), aumentaria o diferencial do piloto, que teria uma importância maior do que tem na Fórmula 1 atual (supervalorizadora da "máquina").

Será se a FIA teria coragem de tomar uma atitude dessas? Em 2010, ela provou que não, o que acabou por deixar as equipes estreantes em maus lençóis e com resultados pífios durante a temporada. A federação é tão covarde que seria mais fácil vermos a Fórmula 1 transformada em Mário Kart do que com o teto orçamentário. Nós, fãs da categoria, lamentamos.

Um comentário:

  1. Divino artigo!!! Compartilho exatamente da mesma opinião. Adotar o teto orçamentário é realmente a melhor solução que enxergo para animar as disputas sem ver as competições do esporte que tanto amamos descambarem para o Mario Kart. Parabéns pelo artigo e pelo blog!!

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