segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sobre Globo, UFC e Fórmula 1


Hoje, a Folha noticiou que a Globo vai aos poucos diminuir a participação de Galvão Bueno na Fórmula 1. O motivo? A apatia dos pilotos brasileiros reduziu a importância e, principalmente, a audiência das corridas. Houve uma redução de 52% no Ibope de 2002 para cá, ou seja, metade das pessoas desistiu da categoria em quase dez anos. Com esse "desmame", Galvão vai aos poucos se dedicando à menina dos olhos da emissora do Jardim Botânico, o tal do UFC (ou MMA, nunca entendi a diferença).

Em alguns momentos, parei sim para assistir a algumas dessas lutas, talvez movido pela intensa propaganda em torno desse "esporte". Em termos de entretenimento, sem dúvida é uma atração poderosa. Mas daí dizer que é a nova sensação, a ponto de se tornar prioridade na carreira de um narrador, é um pouco demais. Primeiro que aquilo não é esporte. Espancar o outro até alguém vir e "apartar" é briga, barraco, espancamento, nunca esporte. Outra coisa: esporte se pratica na rua, pelas crianças. Futebol, basquete, vôlei, todas essas modalidades são cotidiamente praticadas em qualquer escola, praça ou canto do país. Por outro lado, o mesmo não pode acontecer com o MMA. Já pensou se as crianças resolvem dar uma de Anderson Silva para cima dos amigos? Nesse contexto, não se pode tratar o UFC/MMA como esporte, mas sim como uma atração, show, "espetáculo", arte, mesmo que não seja. Assim, nós seríamos apenas apreciadores do espetáculo de sangue e violência, ou de golpes e estratégia, para os fãs da modalidade.

A Globo tem fins lucrativos como toda empresa que se preze. Ela já percebeu que, no Brasil, qualquer esporte só funciona se tiver um brasileiro entre os melhores. Foi assim no boxe, no basquete e na Fórmula 1, e está sendo assim com o vôlei e, mais recentemente, com o MMA. Sem destaque algum, a tendência é que a Fórmula 1 vire atração da TV paga em um futuro não muito distante, e que o UFC vire a mais bem-sucedida peça esportiva da emissora. A Globo tem culpa de a população ter "trocado" a principal categoria do automobilismo por um bando de machos se atracando? Não. Ela só oferece aquilo que o povo quer ver. Mas que é triste, ah, isso é.

* Depois de horas pesquisando, sei agora a diferença entre UFC e MMA. Vou dar um exemplo: UFC está para o MMA assim como a Uefa Champions League está para o futebol, ou seja, é uma competição que reúne os melhores da modalidade. Portanto, agora só chamo UFC, afinal a competição é que a Globo transmite.

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