terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Red Bull do futebol


Sábado, não pude ver ao vivo o jogo entre Real Madrid e Barcelona pelo Campeonato Espanhol. Levando em conta a qualidade de ambos, este foi o primeiro de muitos jogos que eles ainda irão disputar na temporada, portanto perder a primeira batalha não é o fim do mundo. Então, acabei assistindo o jogo por VT, já sabendo do resultado, no caso a vitória do time catalão por 3 a 1.

Antes de falar do jogo, importante saber que este é o sétimo encontro de ambos desde que José Mourinho chegou ao time merengue. Para quem não sabe, Mourinho era o técnico por trás de alguns dos times mais competitivos da década, como o Porto campeão europeu de 2004, o Chelsea bicampeão inglês e a Inter de Milão que levou a tríplice coroa há dois anos. Muitos, inclusive eu, consideram ele o melhor técnico em atividade. Portanto, à primeira vista, o Real Madrid contratou o homem certo para acabar com a hegemonia do Barcelona, que nas duas últimas temporadas só perdeu dois títulos: a Champions de 2009/2010 (vencida pela Inter de Mourinho) e a Copa do Rei desse ano (vencida pelo Real, também com "Mou"). Só que a coisa não anda dando certo: de sete partidas, o Barça venceu 3, o Real 1 e houve 3 empates. No Bernabeu, José ainda não ganhou. Aquele que era considerado a kryptonita do Barcelona deixou de ser.


Nos treinos, Mourinho mostrou a seu time dez lemas para sair do jogo com um bom resultado. No papel, parecia realmente estar tudo aquilo capaz de frustrar o adversário: jogo vertical, atenção constante à movimentação da bola, esquema 4-1-4-1, fazer do estádio um inferno, ignorar o árbitro, jogo aéreo, marcação cerrada, etc. Mal o jogo começa, o Barcelona erra no toque de bola e toma o gol com menos de 30 segundos. Tudo levava a crer que era o dia de redenção. O Real era agudo e muito perigoso, quase ampliando o placar com Cristiano Ronaldo, que perde um gol feito. A partir daí, o poder de fogo do time de Mourinho se apaga. O Barcelona toma a bola e o show começa.


Era de assustar a tranquilidade do time de Pep Guardiola. Tocava a bola como se estivesse jogando contra um time treinado por mim. Tomava a bola como se o Real fosse um time de juniores. Continuava com a tranquilidade acachapante. Fez, então, o gol de empate ainda no primeiro tempo, que acaba 1 a 1. Até aí, a coisa não estava ruim para os galáticos, que saíam mantendo os seis pontos de vantagem para o Barça. Só que ainda havia o segundo tempo. E, neste, a humilhação passou dos limites.


Não é que o Real Madrid deixou de jogar, é que ele não conseguia jogar. Quando um madridista finalmente tomava a bola, lá estavam três para pegar de volta. Formavam-se triângulos ao redor de cada jogador do Real com a bola, em uma nova versão do carrossel holandês. Mourinho não acreditava no que via e não sabia o que fazer frente ao que via. Em vinte minutos, o 3 a 1 já estava posto no Santiago Bernabéu. Nem eu nem ninguém acreditou que o Real pudesse ser presa tão fácil. Entretanto, acreditando ou não no que via, tinha certeza que estava na frente de um momento histórico do futebol.


O Real Madrid é ruim? Não, pelo contrário, é um dos melhores times que eu já vi jogar. Mas o time que tem CR7, Kaká, Benzema, Higuain, Ozil, Casillas e Mourinho deu o azar de surgir na mesma época que o de Xavi, Fábregas, Iniesta, Messi e Guardiola. Caso contrário, ganharia tudo, não tenho dúvida. Ah, e o Santos, como fica? O Santos que fique com o vice, oras.

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