sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Balanço 2011 - Parte 1


Um temporada interessante. É assim que dá para resumir o que foi o ano de 2011 na Fórmula 1. Difícil chamá-la de especial, excelente, espetacular, afinal disputa pelo título não existiu em momento algum. Como a coisa só pegava fogo do segundo para baixo, melhor chamar "interessante". E interessante também foram as novidades desse ano, em especial a asa traseira móvel e os pneus Pirelli. Quanto ao Kers, é meio que "a volta dos que não foram". Os aparatos novos trouxeram, sem dúvida, emoção. Só que, por outro lado, trouxeram também artificialidade, coisa que eu particularmente não gosto. Será se dá para unir emoção e naturalidade em um aparato só? Se eu soubesse a resposta, estaria a essa hora dando palestra e recebendo para escrever essas patacoadas.

Outra coisa: esse ano tivemos o recorde de pista e de número de carros terminando uma prova. Mas, levando em conta as pistas e os carros, esse recorde não vale para nada. Me lembra aquele recorde que o Cafu, lateral da seleção, queria bater, o tal do "maior quantidade de jogos com a amarelinha, haja emoção amigo!", como diz o Galvão. Ele conseguiu, mas todo mundo só se lembra do Zidane fazendo o Brasil de trouxa.

Agora, vamos ao que interessa: fazer um balanço das equipes e dos pilotos para essa temporada. Comecemos com a nata, o supra-sumo, o must da incompetência: Hispania, Virgin, Lotus verde e Williams. Quatro equipes, quatro pontos, nenhum pódio, nada mais.

Hispania: Essa não me decepcionou nem um pouco. Nem eles esperavam fazer alguma coisa esse ano, e com certeza não esperam nada para o próximo também. Se fosse um ser humano, a Hispania seria aquele cara pessismista que não espera mais nada nem dele nem de ninguém a seu redor. É uma equipe em depressão, e isso se reflete no carro: um patrocínio e vários pedidos de clemência espalhados pelo bólido. A HRT vai ser a válvula de escape para aqueles que não conseguiram vaga em lugar algum na concorrência. Sem projeto, dinheiro, muito menos esperança, a equipe acaba aos poucos. Triste, mas a realidade. Caso eles queiram sair do buraco, que se espelhem na Force India, uma equipe do fundo do grid que hoje disputa pontos regularmente.

Um patrocínio, alguns pedidos de ajuda: A Hispania foi a equipe mendiga da F1.

Virgin: Essa conseguiu me decepcionar bastante. A ousada equipe de Richard Branson parecia ter um projeto, algo verdadeiramente concreto para a Fórmula 1. Mas tudo isso se desmoronou só de ver o carro deles para 2011, um remendo do usado em 2010. Túnel de vento? Para quê, se a gente não quer saber de nada mesmo... Durante o ano, absolutamente nada aconteceu por ali. A distância para a fraca Lotus verdade aumentou, e eles passaram o ano disputando o ano com a depressiva Hispania. Próximo ano, a equipe passa a ser só Marussia, mas o ar de "I don't care" precisa sair dali urgentemente, caso contrário pode mudar o nome até para Red Bull que não vai ter jeito.

Observe a figura: a Virgin não evoluiu em 2011. Pelo contrário, a pintura (que se salvava) involuiu.

Lotus verde: Já começou o ano perdendo tempo naquela disputa judicial ridícula pelo uso do nome Lotus. Nas pistas, começaram melhor, usando motores Renault e construindo um carro nitidamente mais bem trabalhado que o da concorrência novata. Mesmo assim, pouca coisa mudou. Veja bem, eu disse "pouca", e não "nada". Eles evoluíram, mesmo assim não conseguiram encostar no péssimo carro da Williams. Portanto, durante o ano, disputaram posição com ninguém, afinal estavam bem distantes da equipe inglesa e a Virgin. Para o próximo ano, continuo esperando algo a mais, talvez um pontinho em uma corrida maluca. Acho que esse sonho é possível. Tomara que seja, porque não há coisa mais triste que sonhar com o impossível, não?

Williams: Uma temporada para esquecer. No início do ano, Barrichello prometia o mundo com esse novo carro, até vitórias. Ao final do ano, aquelas frases soam como se fosse deboche. O carro era ridiculo, o câmbio revolucionário era uma piada, os patrocínios eram escassos e os pontos também. Para mim, a pior temporada da Williams da história. Pode ser implicância minha, mas é a segunda vez que no segundo ano em uma equipe Rubinho está envolvido em um carro "caca". Ou já se esqueceram daquela Honda de 2007 que ele nem pontuou? Sei que a responsabilidade não é dele, mas que isso aconteceu, não dá para esquecer.

Guarde essa imagem na memória: esse foi o pior carro da história da Williams.


O que essas quatro equipes podem fazer para reverter o quadro? O trivial, oras: conseguir dinheiro, ter pelo menos um piloto talentoso, ter uma equipe habituada a construir carros de Fórmula 1, e o principal, que é vontade de evoluir. Meio óbvio, não? É, mas às vezes eu acho que ninguém vê isso. Talvez seja a hora de eu dar palestras...

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