domingo, 18 de setembro de 2011

Fórmula 1 politicamente correta


Preste atenção nas manchetes sobre Fórmula 1 presentes no excelente Tazio:

"Vettel quer título em grande estilo" - diz Newey

"Vou continuar pilotando para vencer" - reafirma Hamilton

Senna: "Espero ser um nome familiar entre os dez"

Sou só eu ou os bastidores da Fórmula 1 andam um tanto sem "pimenta"? É incrível como de uns anos para cá as declarações de pilotos, o troca-troca de equipes e outras coisas que animavam os fins de semana sem corrida simplesmente desapareceram. Eu me lembro do tempo em que o pós-corrida chegava a ser mais legal do que tudo aquilo acontecido na pista. Hoje, o pós-corrida não existe. Por que será?

Aponto dois motivos que podem influenciar tamanha falta de nitroglicerina: os próprios pilotos e, mais filosoficamente, o próprio contexto mundial. Os dois elementos acabam convergindo para um denominador comum: o tal do "politicamente correto". O mundo anda sempre com um pé atrás antes de falar qualquer coisa, e no contexto da Fórmula 1 não é diferente. É todo mundo gente boa, excelente piloto, bom pai, ótimo filho... Uma honrosa exceção é Barrichello, um dos raros pilotos que ainda falam o que pensam, mesmo dizendo às vezes um bocado de besteira. Do outro lado, há Vettel, excelente piloto, mas que peca nesse aspecto. É o Luciano Huck da Fórmula 1, para deixar claro.

Sim, então a solução é mudar o mundo? Nem tanto. Penso que as coisas melhorariam muito se os pilotos e todos os demais do paddock deixassem de ter medo de falar alguma coisa mais apimentada. Não é fazer o circo pegar fogo, é somente deixar de se conter um pouco. O futebol é um bom exemplo de como essas declarações podem dar uma emoção a mais no espetáculo. Sem dúvida, a Fórmula 1 ganharia muito com isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário