quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Além da F1: A aposentadoria do Santo

Fonte: Blog do Juca Kfouri

Marcos é daqueles jogadores que a gente pode enquadrar na categoria de "exceções". E são vários os motivos para isso. O primeiro de todos, lógico, é pelo talento excepcional que carrega. Palmeirenses ou não, todos sabem o quanto o cara é bom em defender cobranças de pênalti, por exemplo. Os corintianos, em especial, são os que mais sofreram nas mãos desse cara. Na seleção, a história se repete. Aqueles de boa memória vão se recordar da sua atuação na Copa de 2002, inclusive sendo responsável direto pela vitória do Brasil contra a Bélgica, nas oitavas-de-final. Além desses, há várias outras histórias desse que foi um dos grandes goleiros de sua geração.

Apesar de todos os "feitos" dentro de campo, aquilo que mais vai ficar na minha memória quando seu nome vier à tona diz respeito a sua personalidade. Marcos foi (que estranho é falar "foi"...), para muitos, um "desbocado". Aquilo que falava dentro do vestiário repetia fora dele. E não tinha nenhum medo das consequências, afinal ele era de uma sinceridade ímpar. Era comum vê-lo chorar, se lamentar ou falar palavrões diretamente para os repórteres. Seria para tirar o seu da reta? Pelo contrário, ele dava esporro até nele.

Não me surpreendi com a notícia de sua aposentadoria. Há tempos que o "Santo" vinha sofrendo sucessivas lesões que o impediam de conseguir ter uma sequência mínima de jogos. Deola já era o titular há alguns anos, para dizer a verdade. Mesmo assim, todos ainda tinham a impressão que ele estaria ali para sempre, atuando de vez em quando e "falando feito torcedor" em outras tantas ocasiões. Só que o Marcos "goleiro", ou "São Marcos", pendurou as chuteiras hoje. Ainda haverá um último jogo, lá para o meio do ano. Depois, será só saudade.

Eu, como palmeirense, estou em um misto de tristeza e preocupação. Tristeza por ter perdido no meu time um líder, uma lenda viva, uma "exceção". E preocupação porque, mais do que nunca, o Palmeiras precisava de São Marcos em 2012. Na minha cabeça, só fica a pergunta: "E agora?". Temos um arremedo de time, um técnico que ainda não mostrou a que veio e poucas perspectivas. Se, com ele, não havia muitas esperanças, sem ele parece não existir santo capaz de fazer milagre...

Por fim, só uma frase: Marcos, muito obrigado.

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